Monday, July 06, 2009

Maria João Pires e Cristiano Ronaldo


Os anjos tocam piano na relva? O futebol ganhou um anjo branco, e perdeu um diabo vermelho - trés televisões irmãs siamesas sucidaram-se ao mesmo tempo - dando imagens idênticas do anjo branco a chegar sobre um tapete verde ao Estádio do Real Madrid.
Bem fogachos, sorrisos, 75 mil pessoas foram ver porque o revolver das ilusões semióticas está a encher o mundo. um tiro nas honduras? mundo cheio, mundo branco: o rapaz trouxe as pernas maravilha. mas trouxe o cesto dos ovos? atirará pénis contra a baliza, esse grande cesto de compras de natal. depois fomos comer umas tapas. o génjo do relvado atirou um linguado contra a rede. depois um cardume de carapaus pequenos.
nós somos brasileiros de cerejas amargas. Arrebentamos pianos com o hálito. Ah o hálito de ser português há quinhentos anos intolera um raspanete contra a pátria. A maria joão é pires. Zangou~se com a patriota, essa esticada em túmulo. tocará agora sem parra, no carnaval do rio já, em cima de um carro desalegórico.
morreram as pernas do jacko. esta semana morreu outro airbus.
um povo de zangados desedenhosos. o corcunda homicida voltou pela rua de Notre-Dame á esquerda e ao fundo. querias. querias que as gárgulas fugissem todas da tua cama. Zero limão. o cristiano ronaldo está a rir no internato. o tarata da bola come caviar na frente de batalha.

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Saturday, February 10, 2007

O melhor da Noite Escura é a sensação de ela nunca acabar que nos envolve como um abraço que vem de antes do tempo, mas que paira exacto no instante. E igualmente a sensação de nos podermos expandir interminavelmente como uma nave decidida a perder a rota para encontrá-la, sabendo que ter rota nenhuma é o caminho autêntico para tudo, desde que se tenha um gosto pirata no olhar, na boca, em todos o sentidos - um gosto conquistador de quem venceu o medo em sentido lato e viaja junto dele na pura expectativa de quem consegue a cada nova inspiração a maravilha.
a experiência do satori assim torna-se contínua e precisa, e tão natural que nem se dá por isso e por ser o estado natural do espírito que igualiza a dor e a alegria, o ganho e a perda, o inferno e o paraíso, nele não há rejeição nem aceitação de coisa alguma e assim o homem torna-se nuvem e passa com uma leveza de pássaro sem oposição a coisa alguma.

Saturday, November 25, 2006

SILÊNCIO

aquilo a que eu chamo silêncio não é apenas ausência de ruído, antes o estado de surpresa que causa o aberto acolher do espaço vivo

Thursday, November 23, 2006

DEPOIS DOS SAPATOS DE TÉNIS, CONFISSÕES DE UM YVES SAINT-LAURENT

Quando as mulheres não tem homem, tem sapatos. Homens e sapatos tem várias coisas em comum, estão por baixo, são úteis na rua, não ficam mal dentro de um armário e podem~se deitar fora ou esconder no sotão quando estão velhos. Mas, entretanto ambos tem arranjo.

A razâo porque os sapateiros, os úteis chumecos de vão de escada, tem tantas mulheres nuas na parede é porque os sapatos gostam sempre de estar junto das mulheres. No fundo os sapatos são fidelíssimos, duram até até ao fim. Suportam intervenções cirúrgicas incríveis. Mas chega a hora em que são atirados ao lixo sem uma só explicação. Entretanto os pobres andaram em cima de toda lixeira universal que é a rua, que em Portugal além de lixeira é um escarrador, de tal ordem, que em vez de Rua da Hera ou Rua Diário de Notícias se devia chamar Escarrador da hera, Escarrador Diário de Notícias.

Os sapatos também suportam ser trocados. Mal se estavam a acostumar ao odor, à forma, aos calos, às unhas tortas, ainda que bien nées, e a uma variação de meias impressionante, eis que são preteridos por outros novos.

A queda no ostracismo de um sapato é fulminante. Poderá aconselhar-se com outros, dar uma fugida sózinho para ver uma nesga de lua no céu da cidade salpicado de antenas de TV? Ir beber um copo com uns amigos? Não pode. Tem que estar sempre disponível. Não admira que dê em filósofo, visto que tem vida efêmera, uso sujeito ao capricho, estoicismo permanente, e no fim ele que salvou nobres princesas galácticas de tocar no lixo, acaba no lixo.


Tuesday, November 07, 2006

BODE NA RETRANCA



Quadro de Susana Neves cujo título "Bode na Retranca" usamos, com consentimento da artista, para título do nosso blog.

Sunday, November 05, 2006

O BODE NA RETRANCA

O Bode na Retranca começou hoje!

Promete ser irregular - dado a ataques de ausência e de solipsisimo - de falhar a final e de, portanto (salva de palmas para o nosso primeiro portanto que levámos dez anos a saber escrever razoavelmente)
não chegar a nenhuma conclusão. Os colaboradores, desde já (tudo de pé, malta!) declaram a sua nulidade mental. De facto, num país de Grandes Glórias do Neurónio, somos uma minoria: não temos mente.
Um dos colaboradores é o Ectoplasma do Cap. Haddock. Mas àparte esta singularidade o resto da gente ká-da-kasa é toda extra-terrestre. (é a última vez que usaremos kkk, estejam descansados).

O prof. Testículo prometeu-nos em breve uma "Psicanálise do Telemóvel" que fará furor, sem dúvida dada a meridiana ilegibilidade dessa comunicação, que será um marco na sociologia dos costumes modernos lusos.

O nosso especialista em futebol, o popularíssimo Zé Pata Grossa, comentará semanalmente um dos jogos semanais da 1 Liga, muito mal vistos na TV, ou ouvidos negligentemente na rádio ou escandalosamente plagiados de jornais indispensáveis da nossa cultura como a Bola, o Record e outros de quem esquecemos o nome.


Estejam, pois (excelente vocábulo o pois!) com a desatenção do costume.

todas as religiões, incluindo a religião ateia, são bem benvindas. O ecletismo caótico aqui é de rigor. V.Exa pode ou não - caso pertença a alguma seita política, desportiva ou outra que não goste de pastéis de bacalhau - desprogramar-se antes de entrar aqui, e reprogramar-se à saída.

Dito isto, agarrem-se às cadeiras (cuidado com as carteiras, e as partes mais éticas do vosso cérebro, caso o tenham, e caso não o tenham também). Começou a viagem!